


Miguel Rodriguez e sua famÃlia viveram e trabalharam em Córdoba por mais de cem anos, desde o inÃcio do século XX, constituindo-se numa verdadeira dinastia de grandes construtores de instrumentos. Ele, seus filhos e seus netos deixaram um legado de mais de 2000 violões da mais alta qualidade espalhados pelo mundo. Após a morte do patriarca em 1975, seus filhos Miguel e Rafael deram continuidade a seu trabalho.
Acredita-se que Miguel Rodriguez tenha sido aprendiz de Rafael Casana, que, por sua vez, foi aprendiz de José Ramirez I em Madri.
Tanto os violões clássicos quanto os flamencos contruÃdos por Rodriguez são tidos como verdadeiras obras de arte em si mesmo, por sua sonoridade e por sua finÃssima apresentação.
Uma história interessante descreve o esmero de Rodriguez: Em certa ocasião, Rodriguez acompanhado de um de seus filhos ainda criança, visita um amigo também construtor em Córdoba. Impressionado com o acabamento interno dos instrumentos do amigo, Rodriguez tece a ele reiterados elogios. O filho, ainda imaturo, decide participar da conversa com um infeliz comentário: "Mas pai, ninguém vai ver isso!" - Imediatamente, o mestre lhe ensinou uma de suas primeiras lições: "Quem constrói o instrumento está vendo e isto é suficiente." Sabe-se que o polimento interno de um instrumento, além de revelar a mestria de um construtor, reduz o amortecimento das ondas sonoras no seu interior, contribuindo sim, para a sonoridade.
Seus violões são, tipicamente, de caixas grandes, possuidores de uma sonoridade romântica espanhola com grande vitalidade e potência sonora.
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