Antônio de Pádua Gomide - Luthier

Ramirez


A maior dinastia da lutheria espanhola e mundial perdura por quase um século e meio na cidade de Madrid, Espanha. Ramirez tornou-se indiscutivelmente o sobrenome de instrumentos da mais alta qualidade e que contribuiram em muito para o prestígio e a aceitação do violão nas grande salas de concerto do mundo. As oficinas Ramirez formaram dezenas de artesãos que, posteriormente, cunharam suas próprias marcas em instrumentos inovadores.

Os violões Ramirez são os mais imitados e discutidos de todos os tempos. Modelos que foram seguidos por construtores e avaliados com fascínio por grandes intérpretes como Andres Segovia, Christopher Parkening, Oscar Ghiglia, Kazuhito Yamashita e Maurizio Colonna, dentre tantos outros.

A organização das casas de guitarras Ramirez baseia-se na tradição das ancestrais agremiações de artesãos encontradas desde a Antiguidade no Oriente e na Europa, quando haviam marcadas diferenças entre os membros. Haviam os aprendizes, os funcionários e os mestres (maestros, em espanhol). As relações entre as duas primeiras categorias e os mestres nas oficinas Ramirez apresentava fortes traços de dependência econômica, social e moral, com as características de um tipo de vassalagem. De acordo com a tradição, o papel de ensinar, acompanhar e corrigir com a severidade que fosse necessária, cabia ao mestre. O mestre era um tipo de diretor que transmitia sua experiência, passando adiante os segredos da arte, supervisionando do trabalho e criando novos modelos.

O fundador da história dos violões Ramirez foi José I Ramirez, que em 1870 inicia seu aprendizado com o mestre luthier Francisco Gonzalez (1830-1880). Após alguns anos, ele estaria apto a montar sua própria oficina. Dos três irmãos que tinha, apenas Manuel, nascido em 1864, optou por seguir o caminho da lutheria. Manuel foi empreendedor e ambicioso desde o início. Dentre todos os Ramirez, foi o único que se envolveu com a construção de instrumentos de arco, chegando a se tornar o luthier oficial do Conservatório Real de Madri em uma fase de grande reconhecimento por seu trabalho.

Em 1916, Manuel conhece o jovem e ainda desconhecido violonista Andrés Segovia e, percebendo o imenso taleto do garoto andaluz, o presenteia com um violão. Este mesmo instrumento, utilizado pelo maestro Segovia por vinte e cinco anos, foi minuciosamente estudado por Herman Hauser I e, posteriormente doado ao Museu de Arte de Nova York.

José II foi mais um grande músico que propriamente um luthier. Após 19 anos viajando pelo mundo como concertista, estabeleceu-se em Buenos Aires. Entretanto, com a morte de seu pai, em 1923, sentiu-se no dever de retornar a Madri e dar continuidade aos trabalhos da lutheria.

José III é tido como o mais criativo e generoso artesão da família Ramirez. Era um pequisador nato que sempre compartilhava seus estudos com outros construtores e músicos. Introduziu novas técnicas e novas madeiras na construção dos violões. Segovia esperou ansiosamente até 1960 para utilizar um de seus violões.

José IV foi o responsável pela criação da indústria de violões José Ramirez. Após a sua morte em 2000, Sua irmã, Amália, que é tambem construtora, e que dividia com ele o trabalho na fábrica, assumiu completamente a administração dos negócios da família. Chegamos aos dias de hoje na esperança de que José V, que ainda é muito jovem, dê continuidade ao que podemos chamar de o maior fenômeno da história da lutheria espanhola: a Dinastia Ramirez.

 

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